Que Tati Bernardi me perdoe por usar sua expressão mas: "Não, eu não quero ser medíocre não!". Eu não preciso fugir do que as pessoas consideram impossível e optar pelo caminho mais fácil, eu posso derrubar as barreiras e chegar aonde eu julgo ideal. Eu não preciso de ninguém para fazer com que eu me sinta bonita, mulher, especial e completa, só o fato de eu estar aqui, viva, com um sorriso no rosto, mesmo que às vezes meio abalado, e muita felicidade para espalhar por ai mostra o quanto eu sou linda, especial e tenho tudo aquilo que preciso: amor próprio. Eu não preciso me adaptar as pessoas que eu não considero boas para estar ao meu lado, eu posso selecionar quem eu quero junto a mim, sem faltar com educação. Eu não preciso me contentar com pouco. Eu não preciso me contentar com uma nota mais ou menos, eu não preciso me contentar com um "meu amor", "gosto muito de você", "pode acreditar que sempre acreditarei em você e conversarei antes de tomar qualquer decisão" ou "minha linda", sem que haja realmente sinceridade nessas frases, eu não preciso me contentar com um gostar mais ou menos, eu não preciso me contentar com um amigo mais ou menos, eu não preciso me contentar com gostar de mim mais ou menos, eu não preciso me contentar com uma vida mais ou menos. Eu não sou mais ou menos, eu sou inteira e a partir dai posso correr atrás para que tudo aquilo que depende de mim seja feito do meu jeito, seja do meu jeito. Não, eu não quero ser medíocre não! Eu não quero ser uma pessoa vazia, eu não quero ser uma pessoa amargurada, eu não quero ser uma má amiga, eu não quero ser uma má filha, eu não quero ser uma má neta, eu não quero ser tudo aquilo que eu repudio. Eu não quero, então, eu não preciso ser. Minha vida é um vídeo game e o controle está nas minhas mãos. Eu posso escolher um adversário fraco para ter a certeza que vou chegar a algum lugar, mesmo que não seja ideal, sem muito esforço ou posso escolher um adversário a altura do que eu posso enfrentar e chegar muito além do que eu posso sonhar. Preciso fazer muitas outras escolhas, pois esta já foi decidida, antes do "game over", antes que não haja mais tempo de ser quem eu quero, antes que eu tenho me tornado alguém sem graça, sem brilho, alguém incapaz de lutar por si mesmo. A grande parte das pessoas não são como meus pais, eu não vou receber um abraço para me acalmar, nem aquilo que eu preciso na hora todas as vezes que um problema surgir. Minha vida é um vídeo game, eu sou uma borboleta. Chegou a hora de sair do casulo, chegou a hora de abrir minhas asas e voar para onde eu quero, não para onde os outros julgam melhor. Mas eu tenho que abrir minhas asas rápido, ou irão atrofiar-se e eu estarei condenada a viver uma vida ditada por outros, ou eu estarei condenada a eterna dependência ao que não depende de mim. Eu sou uma criança andando de bicicleta pela primeira vez, meus pais sempre estiveram ali me amparando mas tenho medo do que possa acontecer quando eles me soltarem. Chegou a hora de aprender a pedalar sozinha, mesmo que para isso, alguns tombos e machucados sejam necessários. Eu brinco com o amor assim como uma criança brinca de correr: eu arrisco para encontrar a felicidade nele, eu corro atrás do que eu amo, do que eu gosto, mesmo que chegue uma hora em que eu me atrapalhe e caia. Eu caio mas eu levanto e continuo correndo. Cair e continuar no chão não vai fazer com que nada aconteça além do meu tempo passar. Eu não posso ficar ali, vendo tudo que eu quero ser levado, eu preciso lutar pelo que eu amo mesmo que isso mude constantemente. Eu não preciso ter certeza de nada além de: EU QUERO SER FELIZ! A partir daí, terei a certeza de que todas as minhas decisões são certas, mesmo que elas não deêm certo, e finalmente poderei gritar ao mundo: Não, eu não sou uma pessoa medíocre não!
sábado, 3 de setembro de 2011
Nem trinta por cento de mim
Um brinde aos trinta homens da minha vida! Alguns nem tão homens assim, outros nem "tão da minha vida", mas um brinde aos (até agora) trinta homens da minha vida! Hoje eu vou por a minha melhor roupa e vou dançar até as pernas doerem, mesmo que seja aqui, em frente ao meu espelho. Hoje eu vou deixar a melodia da música me envolver e levar todos os restos que insistem em continuar grudados em mim, assim como um carrapato que vai sugando tudo de você até quando puder. Hoje eu sacudir o meu cabelo como se fosse um espanador e vou espanar do meu quarto, da minha casa e do meu corpo todos os meus trinta ácaros! Hoje eu vou me despir da hipocresia, me despir da imagem de boa moça. Afinal, se eu sei que sou uma boa moça, pra que continuar com essa batina? Como a Tati já escreveu: "Meu número não era pequeno, mas meu coração também não!". O meu coração não era e nem é pequeno. A minha alma, o meu espírito, os meus sonhos, as minhas emoções, os meus desejos, os meus valores também não. Hoje não há nada do que me envergonhar, hoje não a nada o que esconder, hoje não há nada o que temer. O que passou, tá passado, então, eu pego a minha roupa novinha, cheirosinha e principalmente lisinha, para voltar a ser o que deixei de ser a algum tempo: eu. Alguns eu nem lembro o nome, outros eu demorei muito tempo para esquecer e talvez não tenha esquecido de verdade até hoje. Alguns levaram de mim apenas um dia, uma tarde ou uma noite, enquanto outros levaram milhares de minha noites banhadas em lágrimas. Alguns eu quis que sumissem após o primeiro beijo, outros sumiram antes que eu pudesse pegar nojinho deles. Alguns fizeram com que eu me arrependesse por muito tempo e outros fizeram com que eu pulasse de alegria durante mais tempo ainda. Alguns foram menos do que eu esperava mas tiveram outros que barraram todas as minhas espectativas. Alguns, assumo, foram apenas números na lista de uma menina ingênua e deslumbrada, enquanto outros foram marcas que até hoje existem no coração da mesma menina. Alguns me amaram o quanto puderam mas não puderam fazer com que eu sentisse o mesmo, mas eu compensação, eu também já amei o quanto pude e não pude fazer com que sentissem o mesmo por mim. Alguns me deixaram apaixonada no primeiro minuto pelos olhos, pelo cabelo, pelo rosto lindo ou pelo corpo perfeito mas me fizeram voltar atrás após a primeira palavra trocada, enquanto outros eu relutei em me aproximar pela beleza física desvavorável e me amarraram por um charme sem igual. Muitos deles significaram a mesma coisa pra mim: nada! Mas alguns poucos significaram tudo por bastante tempo. Hoje não esitarei em falar dos meus, ou quase meus, trinta homens, hoje estou sacudindo a poeira e guardando dentro de uma caixa colorida todas essas histórias, ou pedaços delas, uma a uma, sem me lamentar por tantas lembranças desbotadas. Porque nada se encaixa? Será que foi porque eu nunca me comportei como uma "prost" e as vezes que eu errei, as vezes que eu magoei, foi por, juro, inocência? Problema deles se foi, não nasci para comer capim, assim como não nasci para venerar o chão que eles pisam. Fecho a tapa colorida da caixa igualmente colorida que abriga tantas histórias em preto em branco. Acabo de guardar todas as lágrimas, dias tristes, desesperos, humilhações, arrependimentos e todo o resto que faz mal a mim. Deixo apenas os sorrisos, lembranças que não soem como perigo de uma recaída, momentos coloridos, assim como a caixa. A música está acabando mas o meu tempo de ser feliz, de ser minha está apenas começando. Sem essa ânsia de viver um grande amor, pois todas as vezes que a tive, eu nunca o tive, sem esse coração cheio de mágoas, sem sensação de alma pesada, sigo minha estrada sozinha, assim como comecei. Um dia quem sabe, eu encontre uns dois, ou três que valeram a pena de novo? Pois é, quem vai saber .. A saideira, por favor, para os trinta homens da minha vida, para os quase trinta que perderam muito mais do que eu no final das contas, para os que não foram nem trinta por cento do que eu ainda posso ser!
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Minha nada mole vida
Eu sou insuportável, às vezes nem eu mesma aguento ser eu. Eu mudo de humor assim como minhas conhecidas de atuais, e olha que eu daria tudo para ser ao contrário: queria desencanar na mesma velocidade que passo do alegre para o triste ou irritada. Se nem eu mesma me entendo, não me surpreende você não me entender. Eu realmente não sei o que eu quero da minha vida e não posso exigir que você pare a sua por isso. Estar mal realmente não me dá o direito de te tratar mal, concordo com você, mas tente entender que ser eu não é fácil. Tudo isso para mim é um grande desafio. Gostar de novo, me entregar de novo, matar o meu passado e exorcizar os meus fantasmas na velocidade da luz é doloroso, é reviver toda aquela agonia de novo. Seria mais fácil se eu estivesse sozinha para não pensar em simplesmente mais nada além de mim mesma, além do meu próprio bem estar, mas estar com você, muda todo o percursso. Eu sou pequena demais para carregar a responsabilidade de uma vida. Eu não consigo nem carregar a responsabilidade da minha direito ainda. Mas eu juro, eu queria que a gente desse certo. Eu queria sentir friozinho na barriga de novo, eu queria sentir o mundo parar de novo, eu queria sentir aquele tesão todo misturado com carinho de novo, mas pensar no "de novo" me dá medo. Eu sou filha única, eu nunca fui obrigada a dividir nada, e agora, do dia para noite, você cobra de mim uma vida a dois que você mesmo afirma que não existe. Sim, eu sou egoísta com você. Mesmo não querendo ser, eu sou. Eu adoro quando você baba o meu ovo e me faz sentir mulher de novo, desejada por cada milímetro do meu corpo, mas isso não significa que eu vou venerar o chão que você pisa. Pelo menos por enquanto. Eu não consigo porque acima de tudo eu tenho um medo e um repúdio automático sobre tudo que é novo. Sim, eu tenho medo de gostar e me ferrar de novo, e não adianta me dizer que você nunca vai fazer algo ruim para mim por ninguém normal termina, briga ou magoa porque sente tesão nisso. E você é normal, eu sei. Mesmo não querendo cobrar, eu cobro de você uma exclusividade que eu não te dou. Eu assumo, cobro mesmo. Me mordo de ciúmes, não saio com você porém me faz subir pelas paredes quando você sai, mas me entende, nem eu consigo entender porque eu faço isso. Se você quiser ir, pode ir, te dou razão, só não diz que eu estou empacando a sua vida. Por favor, para com essa mania que homem tem de levar tudo ao pé da letra. Eu sei que você não disse que eu empaco, mas se importar quando os outros (lê-se: outrAs) dizem que eu "pago" paixão explicitamente é a mesma coisa, e você sabe. Não, eu não tô querendo marcar território, por mais que eu marque. Sei lá, no meio da madrugada, quando eu acho que só existe eu acordada nesse mundo, me dá uma vontade muito grande de ter você ao meu lado. Me dá vontade de pular no seu colo, de dormir nos seus braços, de te beijar até aparecer aquele céu lindo indicando a transformação da noite em dia e eu sentir aquilo tudo de novo, e eu sentir o mundo de novo. Tudo bem, isso tudo poderia acontecer, mas eu sou estranha e não deixo. Eu sei. É por essa razão então que eu te mando todas aquelas mensagens e se eu deixo explícito o quanto eu queria te ver e implícito o quanto que eu queria que você fosse o novo amor da minha vida com data de validade, é porque às vezes eu tenho vontade de gritar para o mundo o quanto eu me sinto feliz e viva de novo. Quem sabe, isso seja só mais uma prova do meu egoísmo. Você acha que somos parecidos, mas quer saber a real? A gente não tem nada haver. Confesso que o seu jeito é meio estranho para mim, mas como eu sou estranha também, acabo gostando de você mesmo assim. Eu reclamo de você, eu acho que você não me completa, mas é em você o meu último pensamento antes de dormir, mesmo às vezes sendo só um: "Será que eu tô agindo certo?". Eu se fosse você, já tinha me mandado pastar. Ou não, porque eu gosto de sofrer, mas isso não vêm ao caso agora. Tudo bem se você mandar, não vou ficar chateada com você. Só não diz que a culpa é minha, que eu empaco a sua vida, que eu te trato mal, que o que eu falo ou faço te magoa. Você sabe, foi assim que terminou o meu último relacionamento. Não, eu não quero me sentir um monstro de novo. No meio disso tudo, tem muitas coisas legais, sabia? Eu garanto. Tudo bem que eu não sou garantia de nada, mas não custa tentar. Eu sou orgulhosa, eu vou te ignorar mesmo, mas entende, é o meu escudo contra tudo isso que eu desconheço e mesmo assim temo o final triste. Se você quiser desistir, se você quiser acabar o que você fez questão de afirmar que nunca existiu, se você quiser ir, vai. Pode ir, mas me faz um favor: vai de uma vez. Não me mata aos poucos, não me faz ter vontade de não sorrir para a vida logo agora que eu decidi sorrir eternamente. Mesmo a gente não tendo nada, como você disse, mesmo eu sendo esquisita, como eu disse, mesmo a outra merecendo mais você do que eu, como nós dissemos, vai me matar ver você indo e vindo. Vai logo para passar logo a minha dor de cotuvelo também. Ou fica, se você quiser ficar, mesmo sabendo que eu sou assim, meio estranha, meio neurótica e que fatalmente vou fazer algo que você não gosta e estragar tudo mesmo não querendo. No final das contas, que irônia, esse foi, mesmo sem sentir, um texto dedicado totalmente a você. Você sabe que o meu mundo é escrever, você sabe que eu escrevo o meu mundo, e justamente quando você diz que vai, justamente quando você reclama que eu escrevo dele, eu escrevo sobre você. Sim, eu sou estranha. Não, eu não quero ser a coitadinha, mas você não imagina como é difícil ser eu.
Malandro demais se atrapalha! - O que você nem merecia que eu escrevesse
"Enquanto você tá indo, eu tô vindo!". Realmente, vêm tanto que estava ali, no mesmo ponto que eu. Eu, quem você julga tão criança. "Você ainda tem muito o que aprender!". Realmente, devo ter. Não sei. A única coisa que sei é que não é você a pessoa capaz de me ensinar! Apesar de tudo, eu juro, eu continuo levando fé nas pessoas, eu ainda acredito no mundo dos meus sonhos. Perdi a conta de quantas vezes me decepcionei. Na verdade, eu sempre me decepciono pois construo em cima das pessoas expectativas sem certeza de retorno. Mas é o meu jeito, eu só consigo ser feliz assim. Meu jeito? hahaha .. Do que eu estou falando? Você não me conhece. Eu errei, eu sei que errei. Errei por querer te poupar das minhas verdades. Eu sou fresca quando o assunto é pessoas. Uma frase, uma piscada, ou um movimento errado faz o meu nojômetro subir até o nível dois mil e quinhentos e ficar a ponto de explodir, espalhando mercúrio por toda a parte. Mercúrio envenena, mercúrio mata. Peguei nojinho de muitas pessoas e muitas dessas vezes me senti culpada ao mesmo tempo pois, pensei eu, esse meu jeito masoquista, esse meu jeito de adorar uma porradinha, ainda vai me levar ao fim do poço. Te polpei por não achar justo chegar e simplesmente falar: "Oi! Olha só, me irrita você não me olhar nos olhos enquanto fala, você ter um riso mongoloide e ter alguns comportamentos imbecis! Foi uma decepção o nosso encontro! Tchau!". Que monstro sou eu! Que pessoa crítica sou eu! Só enxergo o meu umbigo, que no final das contas, nem deve ser o mais bonito. Eu sei, foi por isso que eu te poupei, mas te poupando eu não fui honesta, nem com você, nem comigo. Eu realmente achei que você sentia aquelas coisas bonitas que falava para mim. Tudo bem, eu cortava uns quarenta por cento, mas colocava a minha mão no fogo pelos sessenta restantes. Eu achei que poderia "dar tempo ao tempo" para surgir aquele tesãozinho de leve por você, só esqueci que era eu quem nunca acreditou no tesãozinho com o tempo. Eu apostei as últimas fichas do meu emocional em você, porque eu achei que poderia cuidar de mim, mas quando você deitou no meu ombro encolhidinho, eu percebi que não seria capaz. Eu queria colo e você estava praticamente no meu. Não dá, cara! Eu sou uma pessoa neurótica demais para ainda ter que suprir as suas paranóias. Você disse que foram poucas as vezes que conseguiu ficar com uma menina mais de duas vezes e isso fez doer o meu coração. Não, eu não posso! Eu tenho que tentar! Se ele é o cara que eu tanto idealizo na teoria, porque na prática eu quero um carrasco? Não, Caroline, para de ser imbecíl! Eu tentei, te juro que eu tentei, mas eu sou tão transparente que te evitava ao máximo, mesmo no fundo não querendo te evitar. Um dia, você cansou. Aleluia! Isso mesmo, me dá um pé na bunda, sai por cima! É isso que no fundo eu quero! Quero sair como a babaca, mas eu mesma não consigo fazer isso! Lembrei então que um dia você me disse que fazia tudo errado e dessa vez, infelizmente, não foi diferente. Em um misto de infantilidade, orgulho ferido e cuzãozisse, como diria o Gustavo, você deixou a sua máscara cair. Faltava tão pouco .. Custava você me enganar só por mais alguns momentos? Te idolatraria pelo resto da minha vida! Mas não, eu adoro me relacionar com homens que fazem questão de acabarem a história como os babacas, não me dando a honra de ocupar o posto que eu tanto almejo. Ô carma, hein? Tudo bem se você não acredita em mim, porque aqui dentro, está tudo nos conformes, porque quando eu deito a cabeça no meu travesseiro de flores roxinhas, os meus sonhos são mais floridos ainda. Eu sei bem quem sou. E você, quem é? Você é o menino fofinho que falava que não ficava com mais ninguém porque se sentia bem comigo, ou aquele que esfregou na minha cara o quanto ingênua eu sou por não perceber que existiam muitas outras? Você é o menino dos beijinhos intermináveis antes de desligarmos nossos computadores e irmos dormir, dos elogios repentinos me fazendo sentir mulher de novo, me fazendo sentir viva de novo, ou aquele imbecil que encontramos em qualquer lugar provando que qualquer coisa é válida para "pegar", "comer"? Palavriado baixo para um pessoa mais baixa ainda. Ele nunca foi o responsável por não estarmos bem. Éramos um pseudo-casal, e pseudo-casais, assim como casais propriamente ditos, são formados por duas pessoas. Você jogava a culpa da sua incopetência em cima de uma pessoa que você mal conhece, ou seja, qualquer coisa, por pior que fosse, poderia te superar. Ele ficou arquivado, mesmo que com alguns borrões, em um passado bonito e gostoso de lembrar, diferente de você, que entregou todo o nosso pouco à inquisição. Decida quem você é, mas não decida por mim, decida por si mesmo. Depois que eu saí daquela sala de cinema, pensei que tinha descoberto porque sua vida amorosa era daquele jeito que você me descreveu, hoje eu vejo que me enganei novamente. Não era só por aquele motivo. Pessoas como você, são tão transparentes quanto eu. Vou te confessar mais uma coisa que ficou pendente: desde que você me contou a história do seu amigo na reserva, eu senti um mal estar de leve com você. Desde que eu olhei para você e percebi que falava sem olhar em meus olhos. "Quem não olha nos olhos enquanto conversa, não é boa pessoa!", já dizia minha mãe! Você deixou passar a pessoa pequena que era, mas eu, na minha grandeza de querer elevar você até o posto mais alto do meu coração, relevei. Assim como relevei tantas outras coisas e me arrependi. Decida quem você é, mas decida longe de mim. Não pense que eu me sinto superior pois não me sinto. Me sinto mais baixa do que você, por ter caído de um ponto tão alto, mesmo que isso não me importe, mas não me sinto inferior. Chegando ao final, quero lhe agradecer por três coisas: obrigada por ter me dado o doce sabor de provar para alguém, que mesmo eu tendo um pouco de magoa, é responsável, juntamente por com outras coisas e pessoas, pelos meus sentimentos, textos, palavras e atitudes mais nobres e bonitos, que o mundo dá voltas, e você sabe sobre o que estou falando. Obrigada por mais um texto, que provavelmente no futuro, fará com que eu realize um grande sonho, mesmo que em cima de alguém tão pequeno. E obrigada por ter me livrado de alguém como você, alguém tão insignifcante, alguém tão venenoso, alguém que eu não quero por perto, antes que eu pudesse entregar tudo de melhor que existe em mim. Como diria o ditado: "Malandro demais se atrapalha!". Texto merda, para uma pessoa mais merda ainda.
Quatro meses depois de você, eu de quatro de novo por você. Ou não
Hoje, após exatos quatro meses do nosso término, trocamos algumas palavras. Tudo bem que não foi do jeito mais caloroso, mas se você não terminou comigo pessoalmente, não era de se estranhar que dessa vez usássemos o mesmo meio. Eu tentei ser a mais seca possível, não por você não merecer toda a felicidade do mundo, mas sim, por eu merecer também. Olha, sei que as vezes, mesmo que você não saiba, pode parecer que eu te odeio, mas é tudo fachada. Se eu ainda conseguisse ter toda aquela coragem, toda aquela esperança, toda aquela fé nos meus sonhos que eu tinha no início, pode ter certeza que essa hora estaria pulando no seu colo. Mas não, eu mudei porque você me obrigou a mudar com a mesma velocidade que me escorraçou da sua vida. As pessoas não acreditam e ouso dizer que nem você levou muito a sério, mas eu sei que o que ainda resta e o que um dia existiu por você aqui dentro, se não é o mais sincero sentimento do mundo, é o mais sincero sentimento que eu já tive. Troquei tantas coisas que eu queria tanto te dizer a tanto tempo por minha única palavra. Sem pontos, sem vírgulas, sem qualquer demonstração de afeto. Desde que você me pediu para aceitar tudo isso e me afastar de você, eu juro, é isso mesmo que eu tento a todo custo, todo dia, a todo momento, a todo instante de nostalgia dos dias mais perfeitos que eu já vivi, mas fique você sabendo que o que eu sinto não vai ser mudado somente por sua vontade. Você não pode me pedir também para deixar de gostar de você, pois se isso fosse possível dessa forma tão simples, pode ter certeza que eu mesma executaria esta tarefa. Ou melhor, esta tarefa já teria sido executada a muito tempo. Eu mereço ser feliz de novo, eu mereço estar bem de novo, não só para conhecer alguém legal, mas também por simplesmente eu merecer estar de bem comigo mesma. Confesso que o nervosismo que eu tive ao ler aquilo, foi mais ou menos como se você tivesse aqui, ao meu lado. Confesso também que olhei durante alguns segundos a sua foto e projetei na minha mente o filme de tudo que um dia nós tivemos. Lembrei que era a sua boca que eu beijava, que era no seu peito e no seu abraço o melhor lugar do mundo, lembrei que os seus braços eram os que me pegaram no colo diversas vezes, lembrei que as suas mãos foram aquelas que me puxavam quando você brigava comigo dizendo que eu não sabia atravessar uma rua direito, lembrei que o seu cabelo era aquele que eu sempre bagunçava só para deixar você irritadinho e por fim, lembrei que a sua bochechinha era minha. Era a minha bochechinha molenguinha que eu gostava tanto de morder. Senti um aperto no peito como a muito tempo não sentia por você. Hoje eu li em um textinho que mandaram para a minha mãe dizendo que a gente nunca pode desistir de quem a gente ama e eu pensei se deveria tentar reverter isso tudo. Tanto tempo já passou e isso poderia ser bom, assim como poderia ser ruim. Poderíamos tentar esquecer tudo aquilo e recomeçar do zero, como o tempo pode ter nos separado de uma forma que nem eu consigo dimensionar. Fiquei parada, sentada na beira da minha cama relendo aquilo por diversas vezes. "Nunca devemos desistir daqueles que amamos.". Não sei se te amo, mas para mim essa frase quer dizer que devemos sempre apostar naqueles que gostamos, e gostar de você eu sei que ainda gosto, e como. Será que eu deveria aproveitar um surto de fraqueza, saudades e coragem no meio da noite para te procurar? Ou deveria me trancar no quarto, forçar o sono e chorar todas aquelas vontades reprimidas simplesmente por saber que na manhã seguinte isso vai ter passado? Sempre passa e sempre volta, eu sei. Mas o que eu queria saber de verdade é se sempre que você passar você vai voltar. É estranho como as vezes a sua existência parece nem ter mais importância, mas é só aparecer algo relativo a você para eu ficar assim remexida e remexer aquilo que eu julgava já estar morto. Você não foi seco, ouso dizer novamente que foi até bem simpático. Ou forçou a simpatia, não sei. Você pareceu feliz por saber que eu não havia te esquecido, mas me pergunto se isso tudo não é um exagero meu simplesmente por ainda, mesmo que só as vezes, te desejar tanto. Respiro fundo, como se tentasse capturar a energia e a força que me falta e fecho os olhos. Espero tudo isso chegar e me balançar. Vou para o lado, vou para o outro, vou para a frente. Espero o desespero chegar e ir embora, assim como sempre faço. Abro meu olhos e continuo no mesmo quarto, na mesma cama, com a única pessoa que se mantém sempre fiel a mim, sempre ao meu lado, sempre me dizendo para "deixar para lá" mesmo sendo correr de volta para você tudo que ela mais quer: eu mesma. Tento mas não consigo conter minhas lágrimas, então olho para o céu como a muito tempo não olhava. Respiro fundo novamente, fecho e abro os meus olhos e digo a papai do céu: "Olha, coloca no meu caminho alguém tão especial quanto ele, alguém que me faça tão bem quanto ele me fez, porque sentir tantas coisas bonitas como essas que eu sinto aqui dentro e ter que ignorá-las ou simplesmente me contentar em transformá-las em textos é desperdício demais. É desperdício demais sentir tudo isso aqui dentro e não poder dar para ninguém."
My tears dry on their own - A nossa versão Brasileira
Foda-se o ano novo. Não aguento mais todo mundo venerando a virada de um ano como se fosse um grande acontecimento, como se todos os problemas fossem sumir, como se todos os sonhos fossem ser realizados. Não aguento mais essa felicidade estúpida em acreditar nisso tudo, nem a ignorância que bloqueia a razão para os fatos reais. Para falar a verdade, hoje, eu não estou aguentando estar dentro de mim. Queria ter um zíper nas costas para nessas horas poder recolher meu espírito e descansar o meu corpo em algum lugar longe disso tudo. Pela primeira vez na minha vida, não fiz promessas, nem pedi nada com muita fé. Pela primeira vez não quis que o ano virasse. Não queria mudar o calendário e automaticamente deixar a gente para trás. Não queria continuar sentindo tanto a sua falta e ver como o tempo está me empurrando mais e mais para frente de tudo aquilo, como a distância entre nós aumenta a cada dia. E acredite, tudo que eu mais queria nesse mundo era estar te tratando assim, como trato as formiguinhas que aparecem na cozinha: como nada. Não é suficiente te tratar como nada na frente dos outros, tudo que eu mais queria era te tratar como nada para mim. Não aguento mais também as pessoas falando que é muito pouco para eu ficar assim, que você não presta, que não vai ser o último homem da minha vida, muito menos que eu devia pensar mais no meu futuro do que em um cara que ainda precisa da ajuda da mamãe para terminar com alguém. Eu queria viver a minha dor sozinha, queria chorar e sorrir quando eu tivesse vontade, não porque os outros acham que tudo isso é uma grande bobagem. Pode até ser uma grande bobagem, mas então, por favor, me deixem com a minha bobagem. Foi a minha bobagem que muitas vezes me deu vontade de acordar, me deu vontade de sorrir, me deu vontade de me arrumar, me deu vontade de estar viva. E se ter vontade de estar viva não for algo forte demais, por favor me matem, pois não acredito que possa existir felicidade maior do que aquela que sentimos simplesmente porque vemos até cores onde tudo é cinza. Felicidade sem vaidades, ser feliz só porque não existe um motivo maior para mudar a forma maravilhosa como a qual nos sentimos. Por falar em ver cores, nada ultimamente tem enchido os meus olhos, nada tem sido maior do que essa vontade de ter você que de tão louca chega a ser uma não vontade. Dizem que essa crise de abstinência é justamente culpa do meu desânimo, e para ser honesta, eu também acho. Mas de qualquer forma, isso não muda a forma como eu me sinto, nem a minha vontade incontrolável de chorar, de odiar o mundo e de querer sumir. Corro de um lado para o outro do quarto, pulo, soco a cama, vou para a janela e choro. A rua está deserta, só consigo ouvir o barulho de alguns carros e o meu próprio choro. Parece que todo mundo está feliz com o pseudo começo de uma nova e perfeita vida e eu sou a única anormal que faz disso o motivo de uma agonia bem maior. Sou ridícula, em todos os sentidos. Mas sou ridícula principalmente por escrever tudo isso. Me incomoda me sentir assim, me incomoda sentir sua falta, me incomoda esse desencanto momentâneo (ou não) pela vida, mas eu juro, isso tudo é muito mais forte do que eu. Não é pouca coisa dizer que "isso tudo é muito mais forte do que eu", porque desde que você foi embora e todas as vezes que eu tenho vontade de explodir o mundo, eu me controlo muito para não fazer nada que meu desespero e minha ânsia por algo real e melhor me imploram. Não sou fraca por chorar, nem por achar isso tudo uma grande merda. É a minha forma de sofrer sem que ninguém mais se envolva, sem que ninguém mais tome conhecimento, sem que ninguém me ache boba ou sinta pena. Nem você, nem ninguém. Sei que uma hora passa, sei que uma hora volta, e é assim que eu vivo desde agosto, o mês do desgosto, como dizem por aí: na corda bamba. Eu quando era menor, consegui me desequilibrar de um pedaço plano gigante de pedra e cair em um mague, então por favor, não me faça ter que me equilibrar nos meus sentimentos por você. Você sabe que desde sempre tudo entre nós funcionou por impulsos, movimentos e ações rápidas. Não tem como ser ligeira e não cair do último fio que ainda insiste em existir, pelo menos para mim, de nós dois. Sei que existem milhares de pessoas se matando, passando fome, frio .. Sei que milhares de pessoas venderiam a alma ao diabo para ter a vida que momentaneamente julgo uma grande porcaria, mas entenda que, mesmo que pareça um pouco egoísta, quando você me abraçava, quando eu olhava nos seus olhos e de repente você abria aquele sorriso e falava qualquer coisa com aquela sua voz mansinha, aquela de quem sabe ser fofinho e deixar uma mulher louca, tudo no mundo sumia. Eu só conseguia enxergar você e eu, exatamente nessa ordem. Você dizia com aquela intonação de casal mela cueca misturado com aquele seu jeito único de falar que eu iria te deixar mal acostumado com tantos mimos. Sei que deixei, mas você me acostumou a ver o mundo a dois, sendo você a parte restante, ou melhor, complementar a mim. Você, mesmo sem querer, me deixou mal acostumada também e de uma hora para a outra virou as costas e foi embora. Sei que você não tinha obrigação de aguentar minhas crises loucas por não aguentar estar tão feliz e achar que logo algo ia dar errado, mas se não fosse a minha loucura de te querer tanto, essa loucura toda que aconteceu entre duas pessoas que nunca darão certo, como você mesmo afirmou para eu nunca mais esquecer, nunca teria existido. Depois que a crise passa, depois que as lágrimas cessam e eu sinto aquela paz e leveza por não ter mais dentro de mim milhões de litros de água, eu consigo enxergar que isso faz parte do processo de ver você indo embora, de ver minha vida mudando, de ver as minhas certezas e bases se modificando, em todos os campos possíveis, independentemente da minha vontade. Tirar você de mim é como tirar algo que está fixo ao meu próprio corpo, porque é assim que eu te trato desde que eu te olhei e não te achei mais tão sem sal, desde que eu vi em você, ou pelo menos achei que vi, o homem da minha vida. Carrego você para todos os lugares e é tão óbvia a sua marca em mim que qualquer um consegue perceber. Você não me deu direito a anestesia, simplesmente arrancou e deixou sangrando. Mesmo que pareça uma metáfora cafona e clichê, foi extamente isso que você fez: limpou sua consciência e jogou o papelzinho com toda culpa para eu limpar o buraco que a sua ausência formou. Você já não é mais tudo isso a muito tempo, mas tudo entre a gente é tão mal resolvido que eu chego a pensar que você acha que estamos muito bem enterrados. Se você olhasse nos meus olhos e não me beijasse para disfarçar a seriedade da situação, assim como você sempre fez, e falasse tudo aquilo que covardemente disse por trás de uma tela de computador, eu juro que enxergaria a realidade, embora talvez, não sem dor. Mas a gente disse adeus de uma forma tão impessoal, que eu mal consigo acreditar que o mesmo homem a quem desejei diversas noites ao meu lado, não só naquela cama estreira, com o nome de péssimo gosto "solteiro", mas sim, aquele que eu desejei se não pela minha vida inteira, pelo menos por um tempo maior, foi o mesmo que recusou um contato mais íntimo: um vulgo telefone. Aparelho com o qual eu falo com o carinha do telemarketing, que provavelmente tem um nome muito atraente de Waldescreisson, Uwashington, Creyton e similares. Cansa te odiar, cansa gostar de você, cansa até reler esse texto e te falar mais algumas toneladas de estrume que estam entaladas na minha garganta, e que talvez adubassem sua consciência e incentivassem crescer em você uma atitude de homem como um: "Fui um merda, eu assumo!". Mas como, pelo desenrolar das coisas, eu não posso esperar muito de você, termino esse texto, que me dá ódio por não ser mais um daqueles textos imponentes, com um trecho de música que talvez surtisse em você um sentimento blasé, mas que pouco importaria para mim. Afinal, sou eu no final das contas quem sempre lidou, sozinha, com tudo que sentiu por você e pelo mundo: "Ele vai embora, leva o sol consigo, mas eu já sou crescida. Nesse céu cinza, minhas lágrimas secam por elas mesmas.".
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